Já tínhamos feito as pazes com o senhor Jorge do Nascimento Cabral mas com esse texto, publicado hoje no Correio dos Açores, ele ficou num nível ainda mais elevado. E depois quem usa palavras com: putativas, esmifrados, chamatão e Cavaco no mesmo texto, merece a nossa admiração:
“Foi com grande surpresa, estupefacção e desânimo, que, na sequência de uma reunião (Conselho Regional) ouvi a líder do PSD/A anunciar o apoio à recandidatura do cidadão Aníbal Cavaco Silva à Presidência da República, associando-se, assim, aos desígnios da direcção nacional do partido, num seguidismo acéfalo, subserviente e salivante. É preciso o PSD/A não ter dignidade nem vergonha na cara para tomar tal decisão, assente, ao que parece, na colagem à prevista vitória do arqui-inimigo da Região Autónoma dos Açores. Não vale a pena perder mais tempo com personagem tão ruim e apenas uma breve viagem pela memória recente provará à sociedade o quanto o recandidato nos insultou, reduziu a pó a nossa vontade expressa nos dois Parlamentos, desencadeou manobras de bastidores, usando, inclusivamente, o Dr. Nascimento Rodrigues, recentemente falecido, para nos sujeitar ao exame cirúrgico do Tribunal Constitucional, com vista a extirpar putativas “veleidades autonómicas” do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, para já não falar no enorme chamatão que o ainda Presidente fez no final de um célebre Verão, causando alvoroço em todo o país, que esperava tudo menos aquilo.
O PSD/A fez tábua rasa dessas atitudes: atirou ao chão a toalha da defesa do regime autonómico, espezinhou a honra ofendida pela mais reles forma de neocolonialismo, sujou a alma de quem, de boa fé, acreditava ser possível eliminar desconfianças estúpidas e apostar no reforço da ligação a Portugal num ambiente de cooperação concretizada nos dois sentidos sem moinhos de vento virtuais, na esperança de ver reposta a Justiça e a valorização que estas ilhas representam nos cada vez mais esmifrados cofres portugueses. (A propósito, será possível saber quantos milhões de euros entram nas finanças de Portugal por via do Controle Aéreo do Atlântico Norte com base em Santa Maria?).
Desiludiu-me, por outro lado, a passividade de algumas (poucas) personagens presentes na reunião partidária, em tempos autênticas figuras de proa na defesa da Autonomia Constitucional, enfrentando, com entusiasmo e galhardia, as traiçoeiras manobras financeiras do então primeiro-ministro Cavaco Silva. Hoje estão acomodadas, submissas e insinuam-se junto das lideranças na mira de um lugarzinho para fingirem que ainda são alguma coisa. Conseguiram escapar (sabe-se lá como) à sanha persecutória desencadeada por um sujeito, que defendeu publicamente e concretizou em parte a “eutanásia política” dos pioneiros do PSD/A, mantendo, apesar disso, o focinho na manjedoura partidária.
Que viver rasteiro é perder e desistir das causas de uma geração… “
É preciso ter coragem para escrever isso. Coragem e não ter nada preso ao partido. Ou então os dois. (essa ultima frase não faz qualquer sentido mas depois de escrever o nome do dito senhor fico mesmo cansado).
O problema é que Jorge do Nascimento Cabral, (respira fundo) ia borrando a pintura quando escreveu isso:
“Claro que o meu candidato nunca poderá ser Cavaco Silva. Nem muito menos o quezilento e arrogante Manuel Alegre (determinados socialistas têm esses predicados, que lhes advém, talvez, dos tempos da clandestinidade…), apesar da excelência dos seus poemas, da sua luta pela defesa da liberdade. Se concorresse a Belém, o meu voto iria direitinho para o nosso conterrâneo Dr. Jaime Gama. É um Homem sério, ponderado, experiente e inspira confiança. (…)”
Sério?! E ponderado?! O Dr. Jaime Gama?! Só não berrou totalmente o quadro porque não usou o adjectivo coerente. Senão aí os três primeiros parágrafos iam por água abaixo.
Caro Jorge do Nascimento Cabral (tenho mesmo que fazer mais km na bicicleta, para vê ser aumento a minha resistência física), veja lá o que eu descobri no Youtube:
1 comentário:
é assim mm
take no prisioneiros
Enviar um comentário