Se o Bloco podia ter feito muito melhor? Podia! Então porque é que não o faz?!
Estou um pouco desiludido com o Bloco. Eu e o resto do país, a ter fé nas sondagens.
Cara Zuraida Soares, como é que é possível, Francisco Louçã ter um discurso semelhante ao supra sumo poeta barra político: “Baixar os salários dos políticos não tem significado nenhum. É uma medida populista.” Ou com o engenheiro de domingo à tarde afirmou ser uma medida "demagógica e populista", mesmo que isso signifique a poupança de 5 milhões de euros. O pior nem é isso. O pior é que Paulo Portas, sobre esse assunto tem ganho pontos, e com muita razão, a todos esses senhores.
Senão veja o exemplo do actual político, que a muito custo não consegue ser ex-politico, mesmo que para isso tenha que desistir de uma promissora carreira no bowling, Costa Neves, que leva para casa 1066€, por semana, só em ajudas de custo. Tomara a minha geração, ter isso, como ordenado, mensal. Não é à toa que somos conhecidos pela geração dos 500€, sucedendo à geração rasca.
Já agora a senhora professora viu, em primeira fila, aquele deprimente espectáculo dado pelo filho do papá, na nossa casa da Democracia e o que é que a senhora fez? Que exemplo é que deu ao país?! Que exemplo é que deu aos outros professores?!
Em tempo de Quaresma vamos bater no peito e ver que a culpa não é só dos outros. Não leve a mal, até porque concordo inteiramente com aquilo que escreveu hoje, no Açoriano Oriental, sobre o PEC, eu e a esmagadora maioria da população. Eu ia dizer classe média, mas isso já é coisa do passado. O problema é que parece que o Bloco está mais do tipo: “Faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
Afinal o partido politico cujo coordenador da Comissão Política é um homem que frequentou a escola pública em Lisboa no Liceu Padre António Vieira e recebeu o prémio Sagres para os melhores alunos do país, o Instituto Superior de Economia e recebeu o prémio Banco de Portugal para o melhor aluno de economia e onde ainda fez o mestrado e, para não fugir à regra, recebeu o prémio JNICT para o melhor aluno e onde concluiu o doutoramento em 1996, e que dá respostas como essa a Rui Rio:
“Francisco Louçã acusou Rui Rio de arrogância por ter dito que o governo está a criar um país de subsídio-dependentes, e lembrou que quase dois terços das famílias que recebem o Rendimento Social de Inserção são famílias que trabalham, "mas o salário é tão pequeno que continuam pobres mesmo trabalhando e mesmo com o seu salário".
E Louçã concretizou com um exemplo: "Há professores de música e inglês, que com um horário completo, tiram pouco mais de 660 euros por mês. E eu fiz as contas, 159 euros para a Segurança Social, 60 euros para o IRS, 10 euros para o seguro de trabalho e mesmo que consigam ter um almoço a três euros, essas pessoas levam para casa 280 euros no fim do mês".
Para o deputado bloquista, os subsídio-dependentes eram o que ele chamou de 'Olimpo' do PSD que passou pelo BPN. "Subsídio-dependência é ir sacar o dinheiro de um cofre de um banco e levar 17 milhões de euros".”
Tem de certeza muito mais para dar ao país de que está a dar nesse momento. E não é preciso lembrar de quanto é que estamos a precisar, pois não?!
6 comentários:
"Já agora a senhora professora viu, em primeira fila, aquele deprimente espectáculo dado pelo filho do papá, na nossa casa da Democracia e o que é que a senhora fez? Que exemplo é que deu ao país?! Que exemplo é que deu aos outros professores?!"
Caro Jordão.
O que a senhora fez está patente no link fornecido no comentário. Basta ler.
Quanto aos restantes comentários, quem defende que o que o Paulo Portas diz é que está certo..., está tudo dito: afinal o que está a dar é mesmo a demagogia barata.
E'ta cã!
Preto no branco!.
Mas isso não vai ficar assim.
Vai inchar a alguem.
(já agora, como estamos em questão de "Pensões de Sobrevivencia"?
Ainda é o mesmo, ou já subiu mais "cinqenta centemes")
Caro Mário Moniz,
Em primeiro lugar obrigado pela resposta, aliás outra coisa não seria de esperar, vindo de um defensor da democracia.
Não fazer nada, ou melhor pedir um intervalo nos trabalhos é resolver a situação? Ou pelo menos intervir no problema?! Não creio e caso esteja errado, ou melhor se sabe que estão a ser tomadas medidas, podia fazer o favor de anunciar aqui, ou em qualquer sitio onde todos temos acesso?! E será com todo o gosto que emendarei o erro, caso haja.
Quanto à demagogia barata, acha mesmo que 5 milhões de euros é pouca coisa?! O dinheiro que Alberto João Jardim levou para as suas obras e inaugurações que resultaram naquilo que toda gente viu também, não tem significado nenhum no orçamento de todos nós. Pelo menos é assim que os senhores pensam. Eu penso de outra forma. E se acha que estou errado, faça o favor de puxar dos seus argumentos. Porque estou farto de ver a minha avô a receber menos do 250€ por mês. Estou farto de ver a minha geração receber 500€ por mês. Enquanto isso vejo senhores como ex bowling a receber, por semana 1066€ , só em despesas de deslocação. O que é que o senhor tem a dizer sobre isso?! A pensar e actuar dessa forma os senhores não são diferentes dos outros que nos levaram ao abismo que nós estamos metidos. O que eu vejo é que a classe média desapareceu, os pobres cada vez mais pobres e os políticos e afins cada vez mais ricos. Sejam eles quem for.
E depois admiram-se com as taxas de abstenção.
Eu tenho todo o direito de reclamar, porque nunca falhei nenhuma eleição, nenhuma mesmo e já foram umas quantas, garanto-lhe. Portanto faço o favor de mostrar os meus argumentos. Mostre que o seu partido é diferente. Pode ser que eu perceba. Até lá vou continuar a pensar da mesma forma.
Cumprimentos
P.S. Se não quiser usar a caixa de comentários, o Candilhes Mail está à sua inteira disposição.
Caro Jordão,
Em relação ao incidente, considero ter sido a única posição possível e a mais louvável: Interpelação à Mesa da Assembleia com pedido de intervenção do Presidente. A partir daí a responsabilidade foi assumida, e diga-se que muito bem assumida pelo Presidente. A Assembleia tem que ser dignificada em prol do que ela representa para a democracia e o papel que deverá desempenhar na nossa autonomia.
Não podemos, nem devemos alimentar "peixaradas", muito menos no local máximo da nossa representatividade regional. Alguém tinha que dar-se ao respeito. E foi o que o BE fez. Julgo que quanto a este assunto, estamos esclarecidos, embora possa não concordar comigo.
Mudando de assunto, compreendo perfeitamente a sua revolta e partilho dela. Quando falo em demagogia barata, não me refiro ao preço, mas sim ao método usado e ao objectivo pretendido. É aqui que discordo de si, porque depreendo que os seus objectivos nada têm a ver com os objectivos dos que usam esse tipo de demagogia, deliberadamente e por sistema. A revolta deve ir noutro sentido, penso eu.
Não me obriguem a fazer tábua rasa. Não posso admitir que para se demonstrar a repulsa pelos métodos e políticas de João Jardim, tenhamos que prejudicar indiscriminadamente quem vive na Madeira. Não queremos isso para nós. Então, não o devemos desejar para os outros. Se não, caímos no erro de, para enforcar o Sadam, arrasamos com um País inteiro, o Iraque. Isso não é justo.
Eu também estou farto de ver, ao meu lado, as pessoas receberem pensões de miséria e outras de serem acusadas de viverem à custa do RSI "porque não querem é trabalhar", mas não confundo isso com o facto da necessidade do RSI existir. Revolto-me sim com os prémios chorudos a quem levou empresas à falência. Revolto-me com as reformas milionárias por míseros anos de serviço quando querem obrigar quem ganha uma miséria a trabalhar até os 60 e muitos anos. Revolto-me quando se nacionaliza o prejuízo e se privatiza o bem comum que pode dar alguma sustentabilidade ao Estado.
Revolto-me por tantas coisas como estas.
Revolto-me também com o que ganha esse senhor que classifica de ex bowling, porque mesmo podendo ser considerado legítimo, é escandaloso e portanto poderia e deveria ser declinado por essa figura.
Mas não posso generalizar esta atitude. Nem todos são iguais.
E custa-me que façam todo o enfoque neste escândalo quando, impunemente, são sonegados milhões à economia do País.
Terei o maior gosto em desenvolver estes assuntos consigo.
Cumprimentos.
Caro Mário Moniz,
Mais uma vez obrigado pela resposta, principalmente numa altura em que se fala tanto da aproximação dos políticos aos eleitores, passar das palavras aos actos é difícil para muitos mas já provou que para si não, e ainda bem, para bem da Democracia e de nós todos.
Quanto ao episódio Francisco César, se isso acontecer em qualquer empresa, no mínimo dará direito a um processo disciplinar. Ora como nós é que pagamos os ordenados aos senhores e somos nós quem os elegemos, temos todo o direito de exigir actos concretos. Leia-se uma punição digna de nome. Desconfio que esse seja mais um caso que será abafado com o tempo e assim a imagem dos políticos em Portugal degrada-se cada vez mais.
No que diz respeito aos ordenados dos políticos e afins, da “demagogia barata” com ou sem preço, digo-lhe o seguinte: Pouco me importa o método, eu (e muitos mais como eu) quero ver resultados. Digo-lhe mais: justo seria que os políticos recebessem o ordenado médio nacional – 600€, pois assim tenho a certeza que tudo fariam para baixar o custo de vida de todos nós, consequentemente o seu. Mais: ao invés do que se vê hoje, onde acumulam reformas, a começar pelo nosso mais alto representante, nenhum politico receberia reforma, por mais miserável que seja, a reforma, entemda-se. Proponha que o tempo efectivo que estivessem na política descontasse no tempo de reforma, um pouco à semelhança dos Bombeiros Voluntários de todo o país. Assim em vez de irem para a reforma com 80 anos, se um politico tivesse, por exemplo 8 anos no parlamento, ia para a reforma aos 72 anos. Justo não?! Pois é isso que vai acontecer aqueles que dão as suas vidas, todos os dias, pelos outros, nos quartéis por esse país fora.
Mais uma vez obrigado pela sua opinião e vá passando por cá, a sua opinião será sempre bem-vinda, aliás como a de todos.
Tenho que ir, pois está quase a começar o debate quinzenal, aqui no canal mais visto aqui no quartel – o Canal Parlamento.
Cumprimentos
Olá Jordão
Agradeço o reconhecimento da minha atitude. Garanto-lhe que é a minha maneira de ser e estar. Não estou na política por qualquer interesse pessoal. Nada tenho a esconder e tudo o que digo, mesmo em blogs leva a minha assinatura e assumo pessoalmente as minhas afirmações e atitudes. Já travo esta luta deste Março de 1973, ou seja, comecei um ano antes da Revolução dos Cravos. Sonhei muito. Tive muitas alegrias. E, agora, cada vez mais motivos de revolta. Mas isso não me desanima. Vou sempre encontrando motivos para continuar a defender as minhas ideias.
Continuamos com uma divergência de opinião na forma de tratar o que, em resumo, eu chamo de corrupção e indecência. Mas não vou desistir. Por agora só lhe digo que, como deve ter depreendido, não aprovo qualquer método com o único objectivo de obter resultados. Sei que é mais difícil, mas é mais ético e justo. Quem está habituado à luta paciente e persistente, não desiste facilmente.
Voltarei ao assunto.
Cumprimentos.
Enviar um comentário