Há quem diga que a avaria num dos motores do C-130 foi de propósito. Más-línguas! Pronto não são más nem são propriamente línguas. São mais dedos, ou melhor os meus e mais alguns, como por exemplo a Associação de Protecção Civil.
Para quê mandar 10 Força Especial de Bombeiros (FEB) a.k.a. Canarinhos, para o Haiti? Ainda por cima aquele amarelo é capaz de ser um pouco forte para os Haitianos, mesmo morando no meio do mar das Caraíbas. E depois vão atrasar o trabalho dos outros. Imaginem que está um bulldozer americano a atravessar um cruzamento e vê do seu lado direito um Português vestido de amarelo, é óbvio que ele vai abrandar.
E depois eles vão para lá montar tendas. Não era mais fácil e prático mandarem para o Haiti, em vez de10 Canarinhos, 50 lobitos que para além de serem mais pequenos, o que no avião dá sempre mais jeito, montam tendas muito mais depressa do que os Canarinhos. E depois há ainda o facto de as condecorações dos escuteiros serem mais baratas.
Notou-se alguma rispidez, nas minhas palavras?! Óptimo. Não é por mal. Não tenho nada contra os Canarinhos geral, até porque eles são óptimos nos incêndios florestais. Mas de soterrados, de poli-traumatizados e mais n condições próprias de terramotos percebem muito pouco, mas mesmo pouco. Eu também não sei extinguir incêndios em grandes áreas florestais, porque só fui a meia dúzia de incêndios florestais. E depois as nossas condições climatéricas não são iguais às do continente português. E aposto que deve ser uma tarefa árdua, extenuante e que exige um alto grau de profissionalismo. Ora salvar vidas, prestar apoio urgente e procurar soterrados, também. E não basta vestir um fato-macaco, que pela cor parece que estava em saldos Quirguistão. Em Portugal não faltam profissionais (e voluntários com atitude profissional) capazes de realizar esse trabalho, lado a lado com os melhores: os Franceses, Italianos, Ingleses e Japoneses. Aliás como já provamos por diversas ocasiões: Turquia só para dar um exemplo.
Mais um pormenor e aproveitando que estou com a mão na massa: Porque é que os militares têm que meter-se nos assuntos de bombeiros e protecção civil em Portugal?! Não se vê isso em mais lado nenhum. Pronto talvez no Burkina Faso e outra vez no Quirguistão. Custa muito e não se compreende que os sapadores (a nossa elite nos bombeiros), por todo o país, seja comandada por oficiais militares. Assim como Autoridade Nacional de Protecção Civil. Não estou a por em causa o patriotismo e profissionalismo, mas muitos desses senhores nunca ouviram falar num doseador em linha, num macaco hidráulico ou num desfibrador. Temos militares a mais no nosso pequeno país? Ou melhor oficiais a mais? Talvez. Mas os bombeiros e a protecção civil não têm culpa nenhuma disso. Mais uma vez, quero que fique bem claro que não é nada de pessoal, até porque tenho imenso respeito pelos nosso militares. A GNR por exemplo capturou dois terroristas da ETA, já este mês. Se bem que é capaz de ser, dentro do género, a mais estúpida organização terrorista. Se os outros ainda têm a desculpa das 70 virgens, à sua espera no paraíso, os Etaras têm o quê?!
Com tudo isso, quem perde é a população. Nesses dias foi no Haiti mas já foi na Ribeira Quente, lembram-se? É que população ficou horas à espera de helicóptero. Aparentemente caminhar por caminhos por construir, afastando pedregulhos de toneladas, cortando árvores e rastejando por entre lama pedras e água e nadar na ribeira que naquele dia não estava lá muito agradável, como é de imaginar, como fizeram os bombeiros (da Ribeira Grande), é mais fácil do que dar uma simples ordem descolar um Puma da Força Aérea. Naquele dia (e em muitos outros mas eu não estou nos bombeiros assim há tanto tempo) não foi aparentemente, aconteceu na realidade e assim os bombeiros chegaram horas antes do que uma aeronave.
Meus senhores, vamos lá tentar inverte a situação: por os verdadeiros profissionais nos cargos apropriados e melhorar a cooperação entre a diferentes instituições. Vejam o exemplo da AMI e de outras ONGs: eles não querem saber. Estão sempre prontos a arrancar e em poucas horas já estão a caminho do local do sinistro.
5 comentários:
Na Ribeira Quente os primeiros a chegar foram os jornalistas da SIC!
Só de forma leviana se poder falar em dar uma simples ordem para fazer descolar uma aeronave. Quem não pesca nada da poda é que fala assim. É necessário todo um trabalho de base, demorado, antes de se dar ordem a uma tripulação para levantar. O contrário só mesmo no mundo de fantasia dos filmes e das novelas e nunca na vida real.
Concordo consigo Jordão,
E já antes, aqui o disse.
Pior ainda.
Alem de poucos, não foram os mais qualificados.
O que era necessário eram "braços" para leventar escombros, Médicos para tratarem traumatismos, enfermeiros para tratar feridas, cães para localizar sobreviventes.
Isto de montar tendas, qualquer um, melhor ou pior, qualquer um o faz.
Seguia o C-130 com o material, com mais material, porque mais espaço havia, e seguiam duzentos em Airbus, e ainda mais alguma carga, como o vai fazer agora a TAP.
Quanto á questão da Ribeira Quente, foram merecidamente louvados, e vos louvo.
Mas porque esperar por um Helicoptero, mais uma vez limitado em capacidade de transporte de gente, que ásemelhança do Haiti, era o que era o necessário.
não temos ai, penso que duas companhias de fuzileiros, Com zebros?. Porque não foi feito um desembarque?. Transporte de pessoal e pás?.
A minha opinião é que o mal principal que existe, é pura e simplesmente uma incapacidade de avaliação, ainda antes da organização.
Tudo isto, claro, alem do tradicional atabalhoanço Portugues.
Anónimo disse...
200 mil contos o custo da missão portuguesa para ir ao haiti. No fim das contas vão ser mandados para trás pelos americanos. Paga contribuinte!
1/17/2010 9:22 AM
Claro que não é de uma maneira leviana, até porque aquilo custa muito dinheiro, mas entre o razoável e o verdadeiramente estúpido passaram-se muitas mas muitas horas. E isso é que não é admissível.
O caso, infeliz, da Ribeira Quente foi o mais mediático e mais grave mas continuam a acontecer muitos mais pequenos incidentes de percas estúpidas de tempo. Não no Mar, pois o CODU-MAR trabalha muito bem e directamente com a Força Aérea mas em terra…
Isso tudo tem uma explicação – dinheiro. No Mar quem paga são os seguros e aí o dinheiro é certinho e cai logo passado algum tempo. Em terra é o Estado. Não é preciso adiantar mais nada, pois não?
Eu vou-lhe dar as novelas e os filmes…
Ainda esta semana no Vida por Vida, da RTP, um dirigente de uma Associação Humanitária de Bombeiros disse que esteve a fazer as contas e que desde de 1982, ano da formação da sua Instituição que os piquetes nocturnos são assegurados por seis elementos do regime de voluntariado. Ora se esses elementos fossem pagos a 5€ por hora – que está bem barato, pelo riscos que correm, pelo esforço, pelo número de horas consecutivas e o horário (isso para não comparar com os nossos congéneres europeus) o Estado poupou 5.000.000€ - 5 milhões de euros. Isso só em piquetes!
É obra! E muitas vezes nem um obrigado recebem!
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