
A 9 milhas de S. Jorge, a 4 da ilha Azul e na sombra dos 2351 metros da montanha mais alta de Portugal vivem os sortudos 15.000 habitantes do segundo maior território dos Açores.
Mas tudo no Pico é majestoso. Desde o heroísmo dos caçadores de baleias, à força muscular que metamorfoseou o basalto negro em lares e vinhas, passando pelas rectas sem fim e orgulho entrosado nos Picarotos.
Da mistura rochosa nasce as uvas, da tradição saem as receitas e das sábias mãos nascem os deleites como as rosquilhas, o doce de figo, o Verdelho, os brancos e os tintos de mesa, o bagaço ou a aguardente de figo, os licores de amora, nêspera ou a Angelica, o queijo ou a linguiça.
Da fama do vinho, que chegou ao palácio dos Cazares, dos lajidos da Criação Velha e de Santa Luzia, veio decisão de elevar Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico como Património da Humanidade, em Julho de 2004.

Ilha do futuro?! Não, isso parece que é sempre lá longe. O Pico é um passado orgulhoso e um presente alegre e incrivelmente hospitaleiro.

“Visitar o Pico é penetrar num pequeno mundo construído durante séculos por baleeiros, agricultores, pescadores”. Imortalizados por poetas e escritores.
Visitar o Pico é desembarcar em S. Roque ou Madalena e sentir logo aí o calor do basalto e a simpatia das gentes, presente na Quinta da Ribeira da Urze.
Visitar o Pico é cultivar-se nas Lajes com o seu Museu dos Baleeiros, aventurar-se com o pioneirismo das empresas de observação de cetáceos e aconchegar-se no conforto da Aldeia da Fonte.

Visitar o Pico é desvendar segredos de rios de lava, escondidos pela Natureza na gruta das Torres, é perder-se nas adegas incrivelmente acolhedoras e generosas criados pela simbiose de Natureza e Homem e repousar no Pocinho Bay.
Visitar o Pico é tudo isso acompanhado por paisagens de cortar a respiração, onde a Montanha é o centro das atenções, com as suas constante mutação de cores.

Como chegar lá: A Sata e a TAP ligam a ilha a Lisboa (uma a duas vezes por semana mas via Terceira, pelo menos até estar resolvido o problema dos combustíveis), a Ponta Delgada e à Terceira, através do novo aeroporto do Pico.
Por via marítima o Pico está muito bem servido, já que os 20/25 minutos que separam o porto da Madalena ao porto da Horta são percorridos várias vezes por dia, tanto pelo Expresso como pelo Cruzeiro. E os pouco mais de 40 minutos, que separam o porto de S. Roque do Porto das Velas, fazem com que as três ilhas ,do chamado triângulo, estejam cada vez mais perto.
Os navios da Atlânticoline também escalam o porto comercial de S. Roque, ligando o Pico às restantes ilhas. de Abril a Setembro. Uma opção muito válida já que são navios confortáveis e, principalmente, por ser monetariamente mais apetecível, sobretudo se possuir o cartão Interjovem.

Como se deslocar: o Pico tem, possivelmente, as melhores estradas do Arquipélago. Sendo a segunda maior ilha é muito aconselhável que alugue um viatura ou use os transportes públicos – leia-se táxi, já que serviço de autocarros, como é previsível numa ilha com 15000 habitantes não é muito abrangente. Veja as várias opções e reserve com alguma antecedências, assim conseguirá os melhores preços, se bem que poderá encontrar junto ao cais da Madalena e no aeroporto um bom par de empresas de rent-a-car.
A ilha pode ser considerada um paraíso para os ciclistas já que a qualidade dos pisos é deveras impressionante e porque, apesar da Montanha, não existem estradas com declives muito acentuados no resto da ilha.
Onde ficar: o Pico é porventura a ilha com o melhor conjunto de soluções, pelo menos é a nossa maneira de pensar de fazer turismo nos Açores. Desde a pioneira Aldeia da Fonte, ao lindíssimo Pocinho Bay, passando pela magnifica Quinta da Ribeira da Urze e de todo o conjunto de outros “empreendimentos” existentes na, surpreendente, pequena freguesia da Prainha.
Poderá ainda optar pelo muito bem conseguido Hotel Residencial “Whale’come ao Pico”, nas Lajes, pelo hotel mesmo no centro Madalena – o Hotel Caravelas (não muito bem conseguido, principalmente depois das obras), entre outros.
Onde comer: já aqui tivemos oportunidade de descrever o magnifico Restaurante Canto do Paço mas no Pico existem outras boas propostas como: o Ancoradouro, O Lavrador ou mesmo o Clube Naval na Madalena.
Agradecimentos: o nosso muito obrigado ao César e à família pelos seus muito úteis conselhos, excelentes recomendações e interminável simpatia.
5 comentários:
Muito bom. O texto, as fotos...o Pico.
Excelente trabalho!
Proponho a criação, e atribuição, do título de "picoense honoris causa" para o Jordão ;)
Um abraço.
Fiat Lux
P.S.
Também já fui, finalmente,ao Restaurante Canto do Paço.
É excelente.
Já tinha uma vontade imensa de conhençer a Ilha do Pico mas agora depois de ler a tua bela descrição ainda tenho mais vontade, um dia quando te faltar trabalho preponho que escrevas roteiros turisticos, muito bom mesmo , melhor que os oficiais...
Bom post.
Concordo com a atribuição proposta pelo Fiat, se for "picaroto honoris causa".
Cumprimentos.
Obrigado meus amigos pela distinta e honrosa atribuição.
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