Hiperglicemia - fomos ao cinema ver: Milk

“My name is Harvey Milk and I'm here to recruit you”

Cartaz retirado daqui.

Das avenidas de Long Island até aos declives das avenidas do Bairro Castro, vai uma longa distância. Mas não tão grande como a que vai do armário até ao assumir-se perante uma sociedade repleta de estereótipos como a nossa. Graças a Homens como Harvey Bernard Milk que, transformou S. Francisco, tornando-a numa cidade aberta (culturalmente falando, não venham com trocadilhos) e multi-racional que é hoje. De origem lituanas e judeu, o ex tenente, instrutor de mergulho, da Marinha Norte Americana, travou uma luta titânica contra um grupo bem organizado de cristãos fundamentalistas conservadores, dirigido pela cantora Anita Bryant, na campanha intitulada Salvem Nossas Crianças.

Uma luta brutal só possível de transmitir com os magnificos desempenhos do Sean Penn. (Ele pode ter muitos defeitos - todos nós os temos, mas não deixa de ser uns dos melhores actores da sua geração) e de Gus Van Sant, que fez um excelente trabalho em conservar um pouco mais de um pedaço, importantíssimo, da história dos Estados Unidos.

Apressam-se, porque a avaliar pela quantidade de gente que estava na sala, para a semana já não há nada para ninguém.

Terminamos com umas um dos discursos do brilhantes activista e defensor dos direitos e liberdades de, no fundo, de todos nós:

“Neste aniversário de Stonewall, peço às minhas irmãs e irmãos gays para fazer o compromisso de lutar. Para si, pela sua liberdade, para o seu país ... Não conquistaremos nossos direitos ficando tranquilos em nossos armários ... Estamos saindo para lutar contra as mentiras, os mitos, as distorções. Estamos saindo para dizer as verdades sobre gays, porque estou cansado da conspiração do silêncio, então eu vou falar sobre isso. E eu queria que vocês falassem sobre isso. Vocês devem sair. Revelem-se a seus pais, a seus parentes.”

3 comentários:

Nestum disse...

O filme ficou muito bom, tão bom que, como dizia a Menina da Rádio, a meio do filme já estamos tão solidários com a causa que quase que nos apetece pertencer ao clube. :)
Tanto o Milk como o Gran Torino entram na lista dos imperdiveis dos últimos tempos. Análises pseudo entendidas à parte, em ambos os filmes parecem despertar-nos para a necessidade de um abanão no políticamente correcto em que tanto nos escondemos ultimamente, não vos parece? Como se servissem de exemplo a uma sociedade que necessita de rever os seus valores e deixar de virar a cara ao que acredita.
A mim pareceu-me isso em ambos os casos. Mas se calhar não, se calhar era excesso de sal nas pipocas.

Cumps

Jordão disse...

Não era o sal não senhor, a propósito, elas são para além de caríssimas, intragáveis, é mais sal do que pipocas. Sem dúvida um bom filme e uma excelente causa. Pena é que muita gente por cá ainda não encontrou a chave do armário.
Um abraço

Nestum disse...

Ainda não encontrou a chave?? poxa, o que não falta para aí são evadidos... Por acaso foi das primeiras coisas que notei quando vim para cá viver. Pode ser uma sociedade ainda muito conservadora, mas a mim parece-me que já há muita vida fora do armário.

Cumps