Candilhes Travel - Ilha das Flores

Terra fértil, senhora de uma beleza estonteante, onde predominam os verdes entrelaçados com os azuis das cascatas e o cerúleo espelhado nas lagoas, a ilha mais ocidental dos Açores é um local único e deslumbrante que há muito andava nos planos do Candilhes Travel.

Começamos pelo Sul e pela pequena vila, situada numa enseada e detentora de um bom porto comercial, as Lajes. Em redor do bonito farol encontramos as antigas instalações da Estação Radionaval das Flores, que de 1951 a 1994 modificou o modo de viver dos florenses ou florentinos, como preferirem, e a arquitectura da vila com os seus incongruentes Paços do Concelho, em dimensão e estilo, face à extensão da vila e da ilha.

Deixamos as opções arquitectónicas dúbias para trás e partimos para Norte rumo à formação rochosa mais conhecida da ilha, Rocha dos Bordões. Brotada das profundezas, eis que surge enquadrada no meio do verde manto e como guardiã das casas do Lajedo e Mosteiros.
Numa nesga encaixada entre o azul profundo do Atlântico e o manto verdejante da encosta em forma de concha, encontramos a pitoresca freguesia da Fajãzinha, onde o silêncio e a calma imperam.
Descemos até à Fajã Grande, zona balnear por excelência, onde tépidas e cristalinas águas são o sonho de qualquer amante do Mar e não só. A encosta verdejante, salpicada aqui e ali por afloramentos de pedra cinzenta, separados pelas duas dezenas de quedas de água, o Poço do Bacalhau, a ponta da Fajã e o basalto negro da costa completam um cenário paradisíaco do local Ocidental da Europa.
A 800 metros, percorridos a pé, do alcatrão que une a Fajã Grande à estrada regional, deparamos com o Poço da Alagoinha. Local idílico, onde se fundam majestosas cascatas, de som angelical, numa pequena lagoa que tem o dom de dobrar a beleza reflectindo no espelho de água todo a magia do verde sarapintado pelo azul das quedas de água.

Serpenteamos pelas absolutamente fantásticas lagoas, Rasa, Funda e Funda das Lajes, Comprida, da Lomba, Branca e Seca.

Atordoados por tal beleza conseguimos desvendar o caminho, ainda em construção até ao Farol da Ponta do Albernaz, sempre acompanhados pela Fauna fulgurante e ladeados por inúmeras ribeiras incrivelmente cristalinas.
Do Farol vislumbramos o Ilhéu de Maria Vaz e ali bem perto, a Norte, a pequenina ilha do Corvo. Ali ao lado, preservada pelo isolamento e com o nome de cidade, a freguesia de Ponta Delgada tem na beleza da sua costa recortada um grande atributo que vale a pena perder algum tempo a admirar.

Os inúmeros ilhéus e pontas da Zona de protecção Especial da costa Nordeste, entre as freguesias de Ponta Delgada e Cedros valeram também várias paragens para admirar a sua beleza.

Chegados a Santa Cruz, vila que consegue conciliar o aeroporto lado a lado com os recortes de uma costa banhada por águas incrivelmente límpidas e translúcidas (não admira que a ilha seja um paraíso para os amantes do mergulho!), visitamos o imponente templo, a precisar de obras, que domina a paisagem arquitectónica e que valeu a pena conhecer.
Um pouco mais acima e à espera da nossa visita encontramos o museu das Flores. Demos o nosso tempo por muito bem entregue, principalmente pelas colecções de scrimshaw, objectos ligados à época da caça à baleia e do naufrágio do RMS Slavonia (1909). E o que dizer da recentemente inaugurada biblioteca municipal?– excelente!, para além de muito bem equipada encontra-se instalada num edifício brilhantemente recuperado, naquele que se crê ter sido uma das primeiras habitações a serem construídas naquela vila.

No pequeno planalto, sensivelmente no meio da ilha e como a pedir protecção divina, surgem duas formações rochosas que os habitantes carinhosamente deram o nome de Frade e Freira. Mais uma forma de agradecer tão abundante beleza.

Como chegar lá: de Abril a Setembro (e em princípio durante todo o ano a partir de 2009) a ilha é escalada pelos navios da Atlânticoline. Apesar das oito horas que separam o porto da Horta do das Lajes, é uma opção muito válida já que são navios confortáveis e, principalmente, por ser monetariamente mais apetecível, sobretudo se possuir o cartão Interjovem.
Por outro lado, no moderno e muito funcional aeroporto das Flores a Sata disponibiliza ligações diárias com o Faial, Terceira e S. Miguel. A poucas centenas de metros no porto de Santa Cruz é possível embarcar na rápida e muito confortável lancha Ariel da Atlânticoline e deslocar-se da vizinha ilha do Corvo.

Como se deslocar: como podem imaginar os transportes públicos nas Flores não são uma boa alternativa pois as carreiras não são muito frequentes. Por isso aconselhamos o aluguer de carro. Existem pelo menos três empresas e aconselhamos que tente negociar os preços já que estão um pouco inflacionados.
No entanto, a ilha é o paraíso para os amantes de caminhadas e ciclistas. Não sendo propriamente plana, as pequenas dimensões da ilha fazem com que as deslocações não sejam muito demoradas, para além de que assim fica com mais tempo para se encantar com as sumptuosas paisagens.

Onde ficar: nas Flores há uma referência incontornável, a Aldeia da Cuada. Pioneiro nos Açores, este aldeamento turístico é composto por 10 casas de várias tipologias, recuperadas e adaptadas às actuais necessidades de conforto, sem perder a traça rural das casas construídas em pedra.
Em Santa Cruz existem duas unidades hoteleiras e uma terceira muito brevemente. Só que essa nova unidade está a ser edificada num sítio no mínimo estranho, ou seja no limite da zona industrial do concelho, interessante não?! Para além disso, existe uma série de casas particulares e alguns pequenos empreendimentos, como por exemplo o Argonauta. Na ilha não existe nenhum parque de campismo oficial; no entanto, a Câmara Municipal das Lajes adquiriu um terreno muito bem localizado, apenas a 100 metros da zona balnear, na freguesia da Fajã Grande. Os práticos balneários ali existentes ficam sempre abertos e o restaurante/bar vizinho funciona todos os dias.

Onde comer: a ilha não parou de nos surpreender e nos mais recônditos locais podemos encontrar verdadeiros manjares, acompanhados por muita simpatia e um sorriso. Não deixe de experimentar o peixe sempre fresco, a excelente carne e o magnifico queijo da ilha, de pasta mole e um sabor quase exótico. Já agora se gostar de experimentar sabores diferentes, aprecie o sabor único da erva patinha.

2 comentários:

José Forquilha disse...

fónix, é com cada post de 30 metros!
Pois é, alguém tem que compensar os posts curtos...

Miguel Rosa disse...

Foi sem duvida um viagem espesctacular... Tanto as flores como as outras ilhas que visitamos tem coisas muito interessantes....