Hipoglicemia - pós Santo Cristo...

Se já há quem se queixe da nossa ausência, e da falta de posts nestes dias de Santo Cristo, não queria deixar de escrever qualquer coisa sobre a pasmaceira e repetitividade das mesmas.

Se é verdade que o forte das festas é a parte religiosa, é sem dúvida a parte profana que as financia e mantém. Então e porquê de não se ver um mínimo de inovação?
Uma pessoa que acidentalmente caísse numa câmara de congelamento criogénico ou algo do género, no início das festas do ano passado, e estivesse lá durante um ano, apenas para acordar no inicio desta edição, não notaria qualquer diferença:

• a decoração é a mesma - provavelmente não, mas pelo 90% é!
• as barraquinhas estão exactamente no mesmo local, com as mesma ementa de sempre
  
• a animação consiste principalmente na falta da mesma...

Se na parte religiosa se assiste cada vez mais a promessas e devotos, é também certo que os "pavões" estão todos lá no domingo para se mostrar...
Não vou criticar (nem tenho o direito) quem vai. Se o faz é por que quer, mas deve ter a noção de onde está e como se deve comportar.

Então vamos às coisa menos sagradas...

As tasquinhas são sempre a mesma coisa. A ementa não traz nada de novo, a não ser as doses que vão no sentido contrário ao da inflação.
Eu sou daqueles que gostava de ir um dia jantar nas tasquinhas.
Uma possível ementa:

• 1,2 ou mesmo 3...quem sabe 4,5, no máximo, 6 finos (imperiais, para não açorianos!)
• uma dose de chouriço ( definição de dose: chouriço dobrado e cortado em lascas, não excedendo as 5. Ainda sou do tempo que era 1 chouriço inteiro! Tal doideira!)
• batata frita
• uma bifana, porque a noite é longa e tal...

Fazendo as contas gastei cerca de 15-16€. E ainda hoje é sexta... Ainda temos o Sábado, o Domingo, a Segunda e a Quinta, para limpar os restos.

Claro que ninguém faz isto, mas fica aqui a ideia do exagero dos preços praticados. E não venham dizer que os custos são elevados. As receitas são-no muito mais.

Ponto 3 - A animação...
Subo e desço as ruas à procura, mas só vejo as filarmónicas a tocar umas musiquinhas e tal...Aposto que era giro no século XIX.
E que tal um cartaz a sério dona Bertinha??
E com cartaz a sério, não me refiro a Tony Carreiras e afins...Um esforço qualquer, sei lá... O Convento da Esperança também se podia associar, não é só receber...

É por estas e por outras que ouvimos e calamos, quando os terceirenses dizem que têm as melhores festas da Região. Eu próprio não posso confirmar, mas aposto que a nossa terceirense do blog o fará...
Temos de aprender a fazer. As maiores festas dos Açores assim o merecem!