Put yourself on the eye of the street

"Professores precários protestam nas Portas da Cidade no sábado" Até aqui tudo bem. Quem não está contente protesta.

"Mais de 160 docentes juntaram-se em movimento através do facebook contra a diminuição de colocações. Secretaria responde que número de colocações foi o necessário."

Um momento por favor, 160?! Curioso número esse. É que desde o dia 30 de Agosto que 166 professores apresentaram baixa de risco. Só porque não gostam do sitio onde foram colocados, ou não dá lá muito jeito.

Se calhar falo assim porque não sou eu mas não acham que 166 é muita "baixa"?! Não se investiga os médicos?! Não se vai mais ao fundo na questão?! Se não querem trabalhar, não concorram! Porque há gente que quer muito, como vamos poder ver esse sabado! Ou no facebook!

E depois admiram-se quando as regras para as baixas sejam ainda mais violentas. É que qualquer um do comum dos mortais recebe uma miséria quando está de baixa, só não sei como é que esses 166 professores vão sobreviver. Ou se calhar as regras não são iguais para todos?!

Já nem sei o que diga, por isso fiquem com o resto da notícia do Açoriano Oriental de hoje, 8 de Setembro:


"A comissão organizadora do Movimento de Professores e Educadores Precários e Desempregados da ilha de São Miguel anunciou que vai realizar uma manifestação no próximo sábado pelas 16h00 nas Portas da Cidade. A iniciativa contesta as colocações de docentes divulgadas em 30 de Agosto, considerando que está a haver “um decréscimo de contratos além das restrições orçamentais”.

A comissão quantifica uma redução de 227 professores colocados face ao ano passado, 80 destes só no primeiro ciclo, que passou de 120 para 40 docentes, número considerado pelo movimento como “grande” tendo em conta a dimensão da Região. “Estamos a falar de professores em alguns casos com mais de uma década de contratos, com a vida organizada cá, alguns até com casas compradas aqui e que de um momento para o outro se vêem no desemprego”, relata Fernando Marta, um dos responsáveis pelo movimento.

Os dirigentes alertam que a falta de colocações acaba por forçar as escolas a cometer ilegalidades, exemplificando casos de professores de inglês do 3º ciclo “obrigados” a dar aulas ao ensino básico, leccionando assim a turmas para as quais não têm habilitações. “Sabemos que somos precisos, que as escolas estão a pedir professores e que da parte da tutela não existe a possibilidade de contratar mais”, resume. Menos alunos, menos professores.

Em reacção ao protesto pela comissão, a secretária regional da Educação e Formação, Cláudia Cardoso, definiu que o mais importante é ter os professores necessários ao sistema. “Este ano temos necessidade de menos recrutamento, mas temos também menos 2560 alunos. É natural que se recrutem menos docentes”, explicou a governante, indicando que uma série de factores, como o fim do currículo regional, levam à necessidade de menos contratações.

A governante rejeitou categoricamente acusações de a tutela ter ido contra o pretendido pelas escolas, assegurando que na esmagadora maioria das escolas o número de docentes é superior ao número de alunos em 50%. “Uma escola que tem 19 turmas, tem 33 professores,” exemplificou. “E há escolas com rácios de 74% e até 95% se contarmos com os docentes do ensino especial. Se há o dobro de professores por aluno temos um bom rácio”, concluiu, frisando que as escolas compreendem haver o número de docentes necessário. “E que fique claro, todos nós compreendemos as dificuldades que os professores passam, mas o sistema educativo regional não serve de garante de emprego nem para professores nem para ninguém. O sistema assegura sim o seu funcionamento e a qualidade de ensino”, ressalvou. Quanto a supostas ilegalidades, a secretária respondeu que se o movimento conhece alguma ilegalidade, deve denunciá-lo.

”Que tenhamos conhecimento tudo corre na legalidade”, assegurou, referindo que é normal um professor do segundo ciclo leccionar no primeiro ciclo. “As vagas autorizadas foram todas concertadas ao milímetro com as escolas”, assegurou.

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