Quando publiquei o post "Site americano elogia Sata", o meu amigo Paulo Costa deixou (e fez ele muito bem) o seguinte comentário:
"Sem querer deixar de referir a razoável operação que a SATA realizou, é necessário enquadrar o artigo na realidade.
A SATA NÃO CONTRATOU nem aviões, nem tripulações extra.
Todos os vôos foram realizados com equipamento próprio e tripulações também próprias.
Uma companhia que vive do tráfego territorial, e com esse território praticamente fechado, é muito fácil ter disponíveis os seus aviões, que se encontram no chão, e as suas tripulações todas disponíveis, uma vez que essas também ficaram praticamente paradas durante alguns dias.
A previsão da nuvem de cinzas, para quem tem acompanhado, tem sido de uma precisão milimétrica.
Com 24 horas de antecedência era possível saber-se que os Açores iam fechar e quando é que abririam e por quanto tempo.
Posso garantir que um familiar meu que foi jogar á ilha Terceira, e que partiu ás 14 horas de Sábado, não foi informado da possibilidade de ficar retido na ilha. Toda a equipa viajou com roupa para regressar no dia seguinte. Ficaram retidos até Quarta-feira, quando foram repentinamente chamados para o embarque feito de modo muito desorganizado. A SATA só se pode queixar de si mesma por não planear de modo correcto com base nas previsões publicamente disponíveis na internet, e de ocultar aos passageiros a mais que certa possibilidade de ficarem retidos, podendo poupar em despesas de alojamento, etc.
No dia 3 de Janeiro de 2010, a SATA Internacional fez, com equipamento e tripulação próprias, mais de 90 vôos, para recolocação de pessoas em férias natalícias com pontes aéreas entre Lisboa, Porto e Ponta Delgada e Madeira. Portanto, a operação indicada no artigo não é nada de especial.
Todos os vôos de regularização sairam muito atrasados, inclusivamente a última partida para Lisboa já descolou depois da meia-noite, hora em que o aeroporto e o espaço aéreo estava programado voltar a fechar. Uma partida para Lisboa programada para as 19h00 saiu já depois das 22h00, o avião tinha ficado cá retido, portanto, não foi devido a atraso na chegada.
Mais uma vez ficou provado que a SATA não tem competência para picos de tráfego, a qualidade do serviço tem vindo a baixar nesse âmbito.
Importante era tentar entender como é que uma companhia se dá ao luxo de deixar praticamente toda a sua frota dias seguidos estacionada em Lisboa, na época baixa, sem tentar rentabilizar essa frota (não estou a referir-me a encerramento de espaços aéreos mas a dias normais de operação). Como é possível uma companhia ter capacidade para fazer 90 vôos num dia, e haver imensos dias no ano em que a mesma companhia tem menos de 10 vôos. Como é possível conjugar tão baixa produtividade e lucros?"
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