Put yourself on the eye of the street

Sei que custa muito ler notícias como essa: “Hospitais têm resultados negativos superiores a 60 milhões de euros” mas não basta colocarmos as culpas só por cima dos “gestores”, “administradores”, “assessores” e outras dores. Mesmo sabendo que a Laurentina Mendes, recebe mensalmente 5050 euros de remuneração base, acrescidos de 1080 euros de despesas de representação, durante “12 vezes por ano”. Os fatos de banhos são caros e daí, qual é o problema?!

Antes era pior: o 13º mês e o subsídio de férias também vinham com um anexo de despesas de representação. Porque é que acham que agora o Pai Natal, do Parque Atlântico, passou a ser muito mal representado, folcloricamente falando, claro?! É que por baixo daquelas simpáticas barbas estava um gestor da SAUDAÇOR, que descia do Hospital, no seu segway e fazia umas horas extra, coitadinho. Mas sempre com o Oh! Oh! Oh muito bem afinado.

Eu gosto do pormenor do Tribunal de Contas “recomendar” o pagamento apenas em 11 meses. Porquê recomendar?! Para quando o uso de palavras como: cortar, decepar, extirpar, dilacerar, ceifar?!

Meus caros não é por mal mas só temos mais 5 países à nossa frente e a seguir somos nós que vamos entrar em bancarrota. O Iraque está melhor do que nós. O que me leva a concluir que para melhorar teremos que enforcar alguém. Se deu certo num país cuja margem sul do rio que banha a capital é um deserto (o facto de ser o Rio Tigre é um mero pormenor de logística, meu caro Mário Lino), existem fortes probabilidades de dar certo em Portugal.

Podia continuar e escrever que a Assembleia da República leva, por ano, dos nossos impostos, 20,32 Mexias (cada Mexia vale, ao câmbio de hoje, 3,1 milhões de Euros), podia mas não vou por esse caminho. O que queria frisar (e façam o favor de não confundir o significado Açoriano dessa palavra, que é, como qualquer que mora cá nas ilhas sabe: frisar – congelar, do americano refrigerator) é que nós também temos culpa. O uso abusivo das ambulâncias, dos SAPs e dos Serviços de Urgência também não ajudem em nada.

Não digo isso só porque já vou com 40 horas de serviço, esta semana, entre voluntariado e a profissional e ainda hoje é quarta. Não digo isso só porque hoje, por volta da 5 da madrugada acudi a uma chamada de uma “vitima” cuja única queixa era, pasmem-se: “não consigo dormir!” E assim gasta-se 30 minutos de três bombeiros (dois socorristas e um operador de central telefónica), um enfermeiro e um recepcionista.

Tudo bem que os bombeiros não representam qualquer custo (masoquistas talvez?! Mas o que é certo é que no meio de muitas chamadas há alguns de alguém que realmente precisa de ajuda) mas o enfermeiro e o recepcionista são um custo para o sistema de saúde. O combustível da ambulância, a impressão do verbete, etc, etc, etc.

Pensem nisso que vou ali e não sei se volto mais.

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