"A falta de meios novamente à vista"
por Paulo Mendonça
“De forma trágica, com mortos, feridos e destruição, as chuvas torrenciais na ilha da Madeira, que devastaram a cidade do Funchal, bem assim como vários municípios limítrofes, vieram por a nu, as debilidades das forças armadas portuguesas e do pais no seu todo, no que respeita à capacidade para apoiar as populações civis em caso de desastre natural.
Passadas 48 horas da catástrofe, e quando ainda há alarmes sobre a possibilidade de deslizes de terras provocados pelas chuvas, as quais tornaram instáveis os solos, a capacidade portuguesa de enviar auxilio para uma parte do território nacional, está limitada a dois aviões C-130 e a uma fragata da classe Vasco da Gama.
O envio daquele meio da marinha aliás, demonstra por um lado a incapacidade e a falta de meios e por outro a tentativa por parte dos governantes de mostrar serviço.
Mas independentemente da abnegação e da dedicação dos militares a bordo daquele meio da marinha, uma fragata da classe «Vasco da Gama» especializada na luta contra submarinos e equipada para abater aviões, serve de relativamente pouco para prestar auxilio a populações civis. Os 200 militares que transporta, seriam eventualmente mais eficazes se fossem enviados para a ilha de avião, onde seguramente chegariam mais cedo.
Há já décadas que a marinha portuguesa tem planos para a construção de um navio de apoio logístico [1] que permita, em conjugação com os restantes meios das forças armadas não só realizar operações militares, mas também actuar em situações de emergência, como é o caso da situação que presentemente ser vive na Madeira.
Para que serve o Navio de Apoio logístico ?
Este tipo de navio, normalmente designado pela sigla NAVPOL é basicamente uma plataforma flutuante, a bordo da qual podem ser transportados militares e viaturas, de forma a permitir a sua utilização de forma rápida e tão eficaz quanto o permitir a situação no terreno.
Independente das suas valências em termos militares, é um navio que possui no seu interior, lanchas de desembarque, e que pode por exemplo transportar desde tractores, empilhadores e bulldozers até ambulâncias. Ao contrário de outros navios, que precisam de um porto adequado para o desembarque dos meios, o NAVPOL, pode em caso de emergência e necessidade - e caso o porto seja destruído ou não esteja operacional – colocar os meios que transporta utilizando a sua capacidade própria de funcionar como doca flutuante.
Numa situação de emergência como a que ocorreu na Madeira, várias pontes foram destruídas, e embora a engenharia militar disponha de meios para apoiar as populações em alguns casos, não possui a necessária capacidade autónoma de transporte para enviar para a Madeira esses equipamentos.
O país ficará dependente da capacidade para a mendicidade que tem mostrado ser uma das características mais vincadas dos dirigentes do actual governo português.
Naturalmente que o país receberá, por pena, apoio exterior. Esse apoio é naturalmente bem vindo, pois se não temos meios próprios, então que haja outros.
O problema, evidentemente, é o atraso que o facto de não se possuírem meios próprios provoca.
(…)
Ainda assim, o país continua com o problema de não ter um navio de apoio logístico, cuja aquisição é ainda mais dificultada pela presente situação financeira.
A Madeira é um aviso, mas outros avisos deveriam ter sido já ouvidos.
As ilhas dos Açores, foram várias vezes afectadas por problemas decorrentes da sua origem vulcânica. Em caso de catástrofe, se aeroporto e porto de mar, numa dessas ilhas tornarem impossível o acesso, não haverá forma de prestar auxilio às vítimas em tempo útil".
Retirado daqui.
O Paulo esqueceu-se de dizer que esse tipo de navio traz ainda enumeras vantagens logísticas e não só. Os nossos vizinhos espanhóis e os holandeses também, construíram um navio desse tipo mas com um hospital muito bem equipado. Para além de uma gigantesca cozinha e locais de repouso para muitos efectivos. O que numa situação de catástrofe, como a que se vive na Madeira é deveras importante.
hi
2 comentários:
Isto é um país que tem fé no Santo Cristo e em nossa senhora de Fátima e depois dá nisso...
Escrevi a palavra Madeira na minha camisa tal como fez o ronaldo. E pronto está feita a minha contribuição.
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