“Adorei a pergunta que o meu neto me fez aqui há dias: ‘Avô foste um herói na guerra?’ O avô disse: ‘Não. Mas pertenci a uma companhia de heróis.’” – Mike Ranney, pára-quedista da Companhia E (Easy Company) do 506º Regimento de Infantaria Pára-quedista do Exército Americano, 101ª Divisão Aerotransportada, na 2ª Grande Guerra. Será mais isso que José Nuno Moniz – nome de código – José, o ex homem do bigode irá dizer aos seus netos, quando os tiver. É que já são mais de 25 anos de carreira e já tem mais anos de bombeiro do que civil. É preciso gostar muito!
Talvez o bombeiro mais respeitado do quartel e não só, tinha no seu carisma do seu bigode uma imponente imagem de marca. Só que, em 2005, a equipa de Manobras dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande consegui alcançar a medalha de oiro nos Mundiais e o Chefe José Nuno, fiel aos seus princípios e às suas promessas, deixou o seu farfalhudo bigode num qualquer ralo, algures na Croácia. Ainda bem porque quando mergulhávamos, os pêlos faciais, em excesso, do nosso José, não deixavam que a mascara vedasse e assim as pausas para retirar a água, de dentro da mascara, eram mais frequentes.
Nascido e criado no Burguete - Lomba da Maia, o pacato, por vezes tímido e com um sentido de humor refinado, chefe, passa grande parte dos seus dias de folga (e quando a lei o permite caçar) no local onde criou-se, tendo como companheiras, antes a Fragata, agora com uma das suas descendentes e a caçadeira. Só mesmo ele para fazer a seguinte pergunta, quando nos encontráva-mos a descer uma parede com mais 40 metros: “as criptomérias que usamos como pontos de amarração, não devem de ter as raízes muito fortes, não achas?”.
Exímio mergulhador, mestre no salvamento em grande ângulo, notável formador de ordem unida (talvez por ter passado uma temporada no quartel do Convento de Mafra), encara os perigos no teatro das operações com uma calma e ciência excepcionais.
Graças à sua humildade, está sempre pronto a aprender, o que é cada vez mais raro na nossa sociedade e que para além de assim estar sempre actualizado, ganha ainda mais respeito dos seus camaradas.
Já passou por quase todos os postos, desde a aspirante, até 2º comandante, só falta mesmo comandante, quem sabe... Talvez por isso respeita todos sendo esse sentimento recíproco, como não podia deixar de ser.
Auxiliar sob as suas ordens, num incêndio ou acidente, é uma experiência assombrosa. Um exemplo perfeito de como deve ser um líder. Em situações onde o perigo parece estar em vantagem, só a calma, o saber e frieza de líderes como José Nuno Moniz é que conseguimos anular essa desvantagem.
Este domingo, numa RTP2 perto de você, não perca uma entrevista do nosso Chefe, ao excelente Magazine de informação dos Bombeiros Portugueses: Vida por Vida, às 11:00 (hora dos Açores).
Essa é a mais longa homenagem a um dos nossos “Irmãos de Armas”, o que mostra o quando o José Nuno é respeitado por todos. São muitos aqueles que devem a vida ao seu profissionalismo.
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