Hipoglicemia - Uma casa de banho à prova de toiros

Sábado, 27 de Junho foi mais um dia triste para os Açores. Dia em que infelizmente vimos como se gasta muito perto de meio milhão de €uros numa casa de banho. Coisa pouca 496.000, quando comparado com as vantagens que dai advirá, não?!


O bunker, ou se preferirem, casa de banho fortificada vista de lado. Realmente nem notamos que está ali.

Agora de frente, naquelas que serão provavelmente as casas de banhos mais caras do país.


“Oh para eles” a apreciar a nova ponte, que por enquanto não está sujeita a portagens. Todas essas imagens foram vergonhosamente retiradas do sitio oficial da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

Não se brinca assim com o nosso dinheiro. “Estamos a intervir na costa norte de São Miguel de uma forma integrada e pensada, não à toa, na procura de projectos megalómanos. Estamos a fazer intervenções que consideramos serem modernas e minimalistas”. Ora aí está uma palavra muito, mas muito mal escolhida, ou então o problema está aí mesmo , na definição. Caro senhor presidente Ricardo Silva, minimalista seria um citadino, um jipe, vá, nunca um top de gama Audi 6 de mais de 120.000€. Minimalista, seria não gastar um tostão no acesso a um calhau como é o de Santana, em vez dos 128.000€, deitados ao mar. Minimalista, senhor presidente é tudo menos aquilo que está construído na outrora bela Praia dos Moinhos.

Prova como o sentido de humor do autarca nortenho não tem limites são essas suas passagens: “sempre dentro da legalidade” e “Câmara investe na modernidade com diálogo”. No entanto o senhor professor de história não teve muita sorte com os jornalistas e, pelo menos o Açoriano Oriental (os outros não tivemos oportunidade de ver, ler ou ouvir) mandou um profissional como deve ser que, João Cordeiro que não deixou de relatar tudo o que viu: “Por enquanto ainda se nota um ligeiro impacte da obra na zona de areia envolvente, com alguma terra e pedras que antes não estariam naquele local.”

Resta saber se estará prevista alguma tourada para o local pois tememos que aquela gigantesca, grotesca e ridícula estrutura fora desenhada para suportar um embate de mais de 500 quilos de massa.

Despedimo-nos com aquele que foi eleito por muitos o melhor cartaz da manifestação, ordeira, pacifica e muito perspicaz, que acompanhou a inauguração e ainda há quem diga que o Povo está desinteressante: “O Governo é daltónico: faz cinzento mas vende verde”.

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