Foi há coisa de uns dias que passeava eu mai Maria p'la "Cedad" quando assisti a uma cena inédita, a meus olhos, entenda-se.
Os ponteiros apontavam para umas redondinhas 8 horas quando na matriz iamos nós apreciando a iluminação nataleira das ruas. Encontrava-me eu em frente à loja conforto e eis que uma deserta rua se transformou, por obra do destino, num mini engarrafamento. Ouço uns sons agitados vindos de um carro cujo passageiro ia com a porta entreaberta com o carro em movimento lento.
"Este está à rasquinha pra derramar" - pensei eu.
"É agora, mais à frente, mais à frente!"- gritou ele para o condutor. Então, uns metros mais à frente ele sai do carro a correr e dirige-se para um dos carros que estava 3 lugares abaixo, em frente ao Rancho Hamburgueiro.
"PÁRA JÁ. PÁRA JÁ ESSA M*RDA PÁ. PÁRA." - gritava o "Aflito" enquanto libertava uns simpáticos e agitados decibéis do capô do carro. Abre a porta do passageiro, puxa um jovenzinho para fora do carro, vira-o de costas e logo ali com uma arma apontada à cabeça.
Algemas e grunhidos, que não percebi ou já não me lembro, seguiram-se e então vi a sirene magnética colocada pelo polícia condutor. O assunto foi depois resolvido mais à frente fora do meu campo de visão.
A minha Maria estava com uma cara horrorizada. "Coitado." - dizia ela. Meus hortaliços quase cairam e os olhos abriram toda a pestana perante tal exercício de compaixão.
"Coitado? Devias era estar contente pois estão eles a fazer o seu trabalho. Eu fico satisfeito." - disse eu.
Claro que os minutos seguintes preencheram a mente com especulações sobre a razão da captura dos indivíduos. Depois veio a frustração que os polícias devem sentir, mas multiplicada por 1000, quando levam os artistas para a esquadra e depois uma lei, que favorece a criminalidade, cospe na cara da autoridade e manda os macaquinhos de volta p'ra selva até serem apanhados em flagrante delito, mas apenas umas centenas de crimes depois, ou quando calhar...
Oh leis da P@RRA...
A cena foi digna de um filme americano mas foi bem açoriana e serviu para me lembrar mas uma vez que longe vão os tempos de pacatez que outrora iluminavam as ruas à noite.
Boas Festas
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