Vila Franca do Campo – bonita terra, reconstruída depois de um violento terramoto de 1522. Com as suas belas ermidas e igrejas, uma das quais a única com ar condicionado, nos Açores, pelo menos que temos conhecimento. Vila de muita história, virado para o Mar e de muito boa gente.
Mas até aí não há novidade nenhuma.
Ora acontece que há poucos dias teve lugar a inauguração do Açor Arena! Passamos a explicar – estão a ver, na entrada da Vila, de quem vem de Água d’Alto, um convento lindíssimo, do século XVII, magnificamente recuperado e transformado para turismo de habitação?! Ao lado não tem caixote a fazer-lhe sombra?! É aí mesmo!
Segundo conseguimos perceber do berreiro na inauguração,o Açor Arena irá trazer muitos forasteiros à Vila. Mas esses senhores pensam que enganam quem?
O Pavilhão Atlântico está situado numa cidade com mais de 3 000 000 habitantes (região de Lisboa) e que possui um dos melhores sistemas de transportes públicos da Europa, ainda assim só muito esporadicamente esgota as suas capacidades (20.000 lugares).
E mesmo que fosse a pensar nas necessidades culturais dos nossos turistas, isso não legitima a delapidação do nosso riquíssimo património arquitectónico, um dos nossos melhores argumentos na muito competitiva indústria global do turismo. Não restam dúvidas que essa “obra” foi pensada para satisfazer caprichos de certos senhores.
Não podemos admitir que o nosso dinheiro continue a ser esbanjado dessa forma, onde se confunde comícios com inaugurações, quando por exemplo, só agora é que tiveram inicio a obras de recuperação da escola básica e integrada da referida Vila. Não gostava de ser repetitivo mas talvez essa seja a única explicação para que esses senhores estejam no poder.
Era o elemento do conceito - pão e circo que faltava. A diferença está nos 2000 anos que o Coliseu de Roma tem. Vamos ver quão resistente é o esbanjamento na Arena. Que dure pelos menos até aos James virem cá – é que o Candilhes é fã da banda de Manchester.
P.S. vamos lá ver se isso dos James não é outra da fábrica de espectáculos, é que estávamos a imaginar o pessoal a guardar religiosamente bilhetes e a pedir passaporte ao Tim Booth para terem a garantia que é mesmo ele!
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